domingo, 3 de julho de 2011

JESUS FREAKS



O Movimento de Jesus foi fruto de um pensamento novo - posto em prática nas ruas no final dos anos 1960 nos EUA - com vistas a criar novos adeptos dentre a Juventude . A partir de algumas experiências, comunidades e movimentos de jovens começaram a surgir em diferentes cidades, bem como iniciativas até então inovadoras como um nightclub e um café aberto 24 horas para a juventude, de nome "His Place" [O Lugar D’Ele], no Sunset Strip. Um dos resultados desta iniciativa foi o surgimento de novos conversos a um movimento neocristão. Muitos se converteram e foram batizados mas não queriam deixar de lado algumas das bases de seu Estilo de Vida, que consideravam compatíveis com a fé cristã: a busca de paz, amor, realidade e vida, a rejeição ao consumismo capitalista. A dimensão contracultural passou a ser um componente do movimento religioso que se delineava.
A ampla adesão de jovens, grande parte oriundos desse movimento, ao Movimento nos EUA no final dos anos 1960 provocou algumas conseqüências para aquele campo:
  • Novas igrejas e denominações cristãs surgiram, adequadas ao estilo hippie secular na aparência e na forma de cultuar;
  • O uso de diferentes formas de comunicação pelos hippies neocristãos, como os jornais alternativos (meio comum daquele movimento) e as artes (teatro, pintura, desenho, caricatura), com fins conversionistas;
  • O surgimento da Jesus Music (Música de Jesus), uma combinação de Rock e Música Cristã que se tornou a base do movimento de Avivamento da juventude, cuja teologia assumia bases pietistas com ênfase conversionista. Respondendo às reações negativas dos grupos tradicionalistas, cantores e compositores da Jesus Music diziam estar usando a música para combater os efeitos negativos do Rock secular. Levou algum tempo para a mídia estadunidense atentar para o movimento de contracultura neoreligiosa que extrapolava o campo religioso e penetrava outros campos sociais daquele país. Em fevereiro de 1971, a revista Look publicou uma matéria de capa intitulada "71's Beach Scene" [Cena de Praia de 1971] que trazia a foto de um jovem hippie sendo batizado em uma praia. A partir daí uma seqüência de artigos nas revistas Life, Newsweek, Time e outras de grande alcance nos Estados Unidos deram ênfase ao Movimento de Jesus e mostraram imagens de cultos de batismo em praias, grandes encontros de oração, evangelistas de cabelos compridos e músicos do "Jesus Rock". Falava-se então em "movimento", o "Jesus Freak" [Alternativo de
Jesus], que alguns autores qualificavam como um dos fenômenos sociais mais curiosos do início dos anos 1970, ao lado de outros surgidos na época como os Black Panthers, os hippies, e ativistas estudantis e feministas. Um dos efeitos desse processo foi a realização em larga escala de festivais de "Jesus Rock", com apoio de gravadoras que viram no movimento um filão para a indústria fonográfica, e o surgimento de cafés para jovens do movimento.
Vários líderes formados pelos grupos estadunidenses ligados ao Movimento de Jesus transformaram-se em missionários e espalharam-se por diferentes países para proclamar a fé neocristã e o novo jeito de se estabelecer em unidades. Muitos vieram para o Brasil e implementaram essa nova forma de evangelizar nas ruas, praças e praias, por meio da informalidade e facilidade de adaptação inspiradas no Movimento Hippie. Faziam uso de apresentações teatrais, musicais, abordagens pessoais, versões das músicas originais no inglês eram preparadas em português e a guitarra e a bateria – instrumentos base para os gêneros musicais que esses grupos privilegiavam (o rock e a balada romântica) – passaram a ser utilizadas. Esse modo jovem de cultuar, cantar e pregar passou a influenciar fortemente a juventude protestante brasileira e ampliou a presença dos movimentos paraeclesiásticos já existentes no País, reforçando-os e abrindo espaço para outros

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Organização:juwes

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